OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início
distante…
Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno,
seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa
época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima
complexidade matemática da Teoria das Cordas.
No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta
existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor
sem fim.
Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos,
essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte.
Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse
“o copo menos cheio”.
É mais fácil encher um copo vazio do que fazer entrar o que
seja numa malga (amálgama!) a transbordar.
A dura tarefa que tenho hoje pela frente é esvaziar-me desse
caudal.
É minha essa tarefa apenas porque a escolho.
Não sei se sou capaz, se estou à altura da complexa
exigência do seu postulado.
Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma criança
(talvez até com um pouco da sua indisciplina e irreverência).
Por isso começo por desenhar e pintar.
Não me levem a mal. Não sou capaz de o fazer de outra forma
agora.
Vou pintar o que não compreendo, pintarei tudo o que me
distraí o pensamento, para ver se a pintar desmistifico e desmistificando
exorcizo essa força magnética que me agarra obsessivamente à forma das coisas.
Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei
talvez do essencial, do conteúdo. Mais perto da verdade, quem sabe, da
consciência, do coração… de Ti!
Aka OM (Aum), já em outubro deste ano, com o apoio Tailored,
AKA Art Projects e da Câmara Municipal de Sintra.
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