segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Troféu Prémio de Mérito para Empregador Inclusivo



Memória Descritiva

Quando surgiu o convite para a produção de um prémio reflectido, digno, que honrasse o mérito integrador de um empregador, colocámos sobre a mesa todas as possibilidades semânticas de que dispúnhamos, considerando o nosso vasto leque de opções entre alunos/ autores. Com alguma felicidade, encontrámos três elementos directores:
-Uma cabeça de Pai (da autoria do aluno Vítor Manuel Soares Tavares);

-Uma figura do género masculino – “Menino com chapéu” (da autoria do aluno Pedro Miguel dos Santos Martins);

-Uma figura do género feminino – “Menina com o nariz comprido” (também do mesmo autor).

Deste modo, tornou-se possível concretizar a ideia de um rapaz e de uma rapariga, ambos diferentes entre si e de quaisquer outros canônes de representação, filiados num grande “Patre”, étimo comum a pai, patriarca, pátria, património, e enfim patronato.
Em suma, foi possível postular uma figura adequada para representar esse alguém que ordena, estrutura, responsabiliza, mas também aquele que cuida, que alimenta e que porfim abriga e integra – o patrão, o empregador.



Para simbolizar a componente trabalho, subjacente à actividade empresarial, foi eleita a roda de engrenagem, intimamente ligada ao trabalho feito em sistema (de engrenagens) em que todas as peças são indispensáveis.
A obra final está fabricada em grés cerâmica, de grande qualidade estética e confirmada resistência/ durabilidade, policromada em vidrado segundo as mais interessantes tradições da aplicação do vidro, ainda herança da arte “mudéjar”, largamente implantada na Península Ibérica.
As cores preponderantes serão: o terra, elemento associado à filiação patronal, o azul e o rosa (salmão), para os respectivos géneros (menino e menina), moralizando e reforçando a igualdade no trabalho, e as cores do AEPD (vermelho, amarelo e azul) – necessárias para contextualizar o troféu.
Para além de qualquer memória descritiva está o resultado final, uno e fruto das mãos de quem, neste ano europeu, especialmente mais importa – as pessoas com deficiência, as auto-representantes das suas capacidades, algumas por desvendar.




Nuno Quaresma
AFID, Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente
2004




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